A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, anunciada no dia 9 de julho e com vigência prevista para 1º de agosto de 2025, tem causado forte repercussão na imprensa internacional. A medida atinge principalmente produtos agrícolas como café, carne bovina e suco de laranja, e é vista por muitos veículos estrangeiros como uma retaliação política que pode gerar impactos econômicos para ambos os países.
Agências internacionais destacam que a sobretaxa pode “paralisar o fluxo de exportações brasileiras” e elevar os preços de alimentos consumidos nos Estados Unidos. A Reuters afirma que o aumento deve atingir diretamente o mercado americano, principalmente no setor de alimentos básicos. Já a Associated Press (AP) classifica a decisão como uma retaliação motivada por “rancores pessoais” contra o atual governo brasileiro.
O jornal The New York Times chamou a tarifa de “guerra comercial repentina” e ressaltou que consumidores americanos podem enfrentar alta nos preços de café e carne. O Financial Times afirmou que a medida é “punitiva e simbólica”, com motivações eleitorais por parte de Trump, enquanto o The Guardian alertou para o risco de aumento da inflação nos EUA devido à sobretaxa.
Na Europa, o francês Le Monde criticou o uso do comércio internacional como “arma política”, e o espanhol El País afirmou que Trump ultrapassou limites ao punir o setor exportador brasileiro em nome da lealdade a Bolsonaro. A alemã Deutsche Welle destacou que a tarifa carece de fundamentos econômicos sólidos e pode agravar tensões entre os EUA e o bloco dos BRICS.
No mercado, o anúncio fez o preço do café disparar para US$ 288 a libra, valor recorde recente, enquanto o real se desvalorizou frente ao dólar e a bolsa brasileira teve queda em ações de empresas exportadoras. O governo brasileiro condenou a decisão, prometeu recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e afirmou que não aceitará pressões externas, defendendo a soberania nacional.
Especialistas internacionais apontam que, caso a tarifa seja mantida, haverá retaliações por parte do Brasil, o que pode desencadear uma guerra comercial entre os dois países e afetar cadeias globais de suprimentos. A imprensa global vê o movimento como parte de uma estratégia política de Trump para reforçar sua base eleitoral e apoiar Bolsonaro, seu aliado político.
A repercussão internacional é majoritariamente crítica. Para a imprensa internacional, a medida ultrapassa os limites do comércio tradicional e representa uma escalada nas tensões políticas e econômicas entre Brasil e Estados Unidos.
Ana Bezerra
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