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Painel de Transparência Salarial mostra disparidade de remuneração e liderança masculina nos vínculos formais |
A promessa de igualdade no trabalho ainda não se reflete no contracheque. É o que mostram os dados do Painel de Transparência Salarial, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No Rio Grande do Norte, mulheres que atuam em empresas com mais de 100 funcionários ganham, em média, 19% menos que os homens, mesmo em funções equivalentes.
A pesquisa utiliza informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e revela que a remuneração média feminina no estado é de R$ 2.273,30, enquanto a dos homens chega a R$ 2.809,55.
A diferença persiste, e até se agrava, quando o recorte considera apenas a população negra. Enquanto mulheres negras recebem, em média, R$ 2.079,93, os homens negros têm rendimento médio de R$ 2.623,44.
Nos cargos de direção e gerência, onde estão os maiores salários, a desigualdade permanece evidente. Mesmo com remuneração média acima de R$ 8 mil, as mulheres recebem apenas 77,9% do valor pago aos colegas homens na mesma categoria.
A presença masculina também é maior nos vínculos formais. De acordo com o relatório, homens representam cerca de 62% dos contratos ativos nas grandes empresas do estado, são 119.499 vínculos masculinos contra 73.188 femininos. No total, foram analisados 192.687 contratos de trabalho.
Ainda segundo o painel, as menores desigualdades aparecem entre trabalhadores de serviços administrativos, onde as mulheres recebem 88,8% do que ganham os homens. Já entre os profissionais técnicos, o percentual cai para 69,6%.
Por Ana Bezerra
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