Tarifas dos EUA atingem principais exportações brasileiras, mas preservam setores estratégicos



O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (30) a aplicação de uma tarifa de 50% sobre a maioria das exportações brasileiras, justificando a medida como resposta ao que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além das tarifas, o governo norte-americano também impôs sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a quem acusa de censura e violações de direitos humanos.

Apesar da retórica agressiva, o decreto assinado por Trump exclui diversos setores estratégicos da sobretaxa. Aeronaves civis, petróleo bruto e derivados, fertilizantes, celulose, ferro-gusa, metais preciosos e suco de laranja foram poupados da tarifa integral. Segundo analistas, a decisão reflete pressões de empresas norte-americanas importadoras desses insumos, além de negociações diplomáticas conduzidas pelo governo brasileiro.

Por outro lado, produtos de grande peso na pauta de exportações do Brasil foram diretamente atingidos. Entre eles estão a carne bovina, o café, produtos químicos e petroquímicos, calçados, têxteis e equipamentos agrícolas. O setor de carnes, por exemplo, estima perdas de até US$ 1 bilhão no segundo semestre, segundo a Abiec, que representa empresas como JBS e Marfrig. Exportadores de café também demonstraram preocupação e seguem pressionando por exclusões futuras.

A tarifa entra em vigor em 6 de agosto. Estimativas do banco Goldman Sachs indicam que, com as isenções, a alíquota efetiva média sobre os produtos brasileiros deve ficar em torno de 30,8%. Mesmo assim, o impacto sobre segmentos específicos será significativo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a medida como politicamente motivada e afirmou que o Brasil não aceitará pressões externas, embora tenha sinalizado disposição para negociar. O Itamaraty disse estar avaliando possíveis respostas, mas alertou que retaliações imediatas poderiam ampliar os danos econômicos.

A Casa Branca já avisou que qualquer retaliação por parte do Brasil poderá levar à ampliação das tarifas.

Produtos brasileiros isentos da tarifa de 50% dos EUA


Aeronaves civis

Inclui exportações da Embraer.
A tarifa de 10% imposta em abril permanece, mas os 40% adicionais foram suspensos.

Energia
Inclui petróleo bruto e derivados.
Exportações que haviam sido suspensas devem ser retomadas.

Fertilizantes


Insumo crucial para o agronegócio dos EUA.
Setor poupado integralmente da sobretaxa.

Celulose

Matéria-prima para papel e embalagens.
Produto de alta relevância na pauta de exportações do Brasil.

Ferro-gusa

Usado na indústria siderúrgica americana.
Parte importante das exportações de minério processado.

Metais preciosos

Inclui ouro e outros metais com destino à indústria e ao mercado financeiro dos EUA.

Suco de laranja

Tradicional produto de exportação para o café da manhã americano.
Retirado da lista após lobby de importadores dos EUA.

Produtos afetados pela tarifa

Para comparação, produtos não isentos e fortemente afetados incluem:

Carne bovina
Café
Produtos químicos e petroquímicos (em parte)
Calçados
Têxteis
Algumas máquinas e equipamentos agrícolas



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