Atividade econômica do Brasil recua 0,5% em julho

A atividade econômica do Brasil caiu mais do que o esperado em julho, marcando o terceiro declínio mensal consecutivo, segundo dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira (15). A retração indica uma desaceleração na maior economia da América Latina, em meio a custos de empréstimos ainda elevados.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um indicador prévio do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 0,5% em julho na comparação com junho, em dados dessazonalizados, acima da retração de 0,2% prevista pelo mercado. A leitura negativa refletiu o desempenho de todos os setores analisados. 

A indústria registrou a maior queda, com retração de 1,1%, enquanto a agropecuária recuou 0,8%. O setor de serviços caiu 0,2%, e os impostos ligados à produção caíram 0,7%. Mesmo sem considerar o agronegócio, a economia brasileira encolheu 0,4% no mês.

Apesar da queda mensal, o IBC-Br acumula alta de 3,5% em 12 meses, de acordo com dados não ajustados sazonalmente.

O cenário econômico continua pressionado pelas altas taxas de juros. A Selic, taxa básica de juros, está em 15%, próxima da máxima em duas décadas, em tentativa do Banco Central de conter a inflação, que permanece acima da meta anual de 3%. A autoridade monetária deve divulgar sua próxima decisão de política monetária na quarta-feira, e o mercado espera manutenção das taxas, em linha com sinais recentes.

Na sexta-feira (15), o Ministério das Finanças revisou para baixo sua projeção de crescimento do PIB de 2025, reduzindo a expectativa de 2,5% para 2,3%, citando desempenho mais fraco do que o esperado no segundo trimestre e os efeitos das altas taxas de juros sobre a atividade econômica.