A questão dos acidentes de trânsito, as fraudes ocorridas em autoescolas são culturais. Não se pode dizer que existe corrupção unilateral, isto é, que as autoescolas são culpadas inteiramente. O problema é cultural. Muitas pessoas chegam às autoescolas pedindo para serem liberadas das aulas teóricas e de direção – sou ex-instrutor de trânsito e trabalhei nesta profissão de 2000 a 2008.
Punir um segmento sem analisar o todo é cair na mesmice do erro. Há donos de autoescolas que querem trabalhar respeitando a lei, mas há uma maioria esmagadora que querem continuar a burlar a lei. Essa maioria ganha forças com a colaboração “normal” de pessoas que querem conseguir a habilitação pelo jeito “fácil” – corrupção.
O novo código de trânsito (CTB) se depara com uma cultura forjada pela mentalidade de décadas passadas, antes de 1997, criação do novo código de trânsito, onde se conseguia habilitação sem ir às autoescolas. Era comum a pessoa telefonar para uma autoescola e perguntar o preço da habilitação. Combinado entre ambas as partes o futuro condutor ia à autoescola para entregar a quantia paga e levar a habilitação.
Nos postos dos DETRANs os despachantes ajudavam os donos de autoescolas a venderem habilitação, afinal os donos de autoescolas não trabalhavam dentro dos DETRANs.
Como eu disse, fui instrutor de trânsito durante oito anos e escutava muita coisa. Os pais levavam os filhos e queriam que a autoescola desse jeito de o filho ter a habilitação sem frequentar as aulas. Outros me pediam noções de como burlar a lei de forma a livrar o filho de multa gravíssima por avanço de semáforo vermelho para não perder a habilitação.
Imagine a tarefa árdua, dos instrutores teóricos, de ensinar novos conceitos comportamentais aos jovens de dezoito anos que já “possuem” relativamente uma mentalidade forjada por conceitos consanguíneos. Pior é se deparar com a realidade do Brasil: corrupção generalizada e mentalidade de “jeitinho brasileiro”.
Como se vê a geração antiga forma e instrui a nova geração com mentalidades de desrespeito as leis do país. Falam que a nova geração mudará o país, mas é um sofisma. A nova geração só mudará, terá conduta ilibada, caso a antiga geração lutar pela qualidade de vida daquelas. Enquanto existir a “normalidade” da corrupção e seus educadores não se verá uma modificação. Como dito, repito, a questão é cultural. A sociedade consciente e honesta, junto com políticos também ilibados deve agir o quanto antes para desenraizar de vez a Lei de Gerson – leve vantagem em tudo - em nosso país. Só assim as mortes no trânsito diminuirão e a corrupção em geral.
Ah! O policial é corrupto ao aceitar propina por parte do condutor infrator? E o que dizer desse condutor? Corrupção tem dois lados: a passiva e ativa.
Quando um brasileiro tem a felicidade de viajar para outro país fica estarrecido com as aplicabilidades das leis. Não importa o quanto de dinheiro tem ou qual graduação possua a pessoa porque todos são iguais perante a lei. Bem diferente do Brasil: quem tem dinheiro e conhecimento se destaca das leis, ou seja, faz as próprias leis.
A mudança de mentalidade cultura – acabar com a Lei de Gerson - é profilaxia as mazelas da corrupção brasileira. Faça uma pesquisa com quem já viajou para fora do Brasil e pergunte como são as leis, as aplicações delas. Mas, claro, de países estruturados politicamente.
Lembro-me de uma reportagem contando sobre o rigorismo das leis de trânsito em outros países e a aplicação na vida real. Irei citar dois exemplos.
Um rapaz transitava pelo acostamento devido ao engarrafamento. Logo à frente havia um veículo policial estacionado. Este perseguiu e parou o condutor. Levou-o até o início da fila e multou-o.
Um pedestre andava na rua deserta. Um policial chamou a atenção e pediu para o pedestre retornar para a calçada.
Alguns poderão argumentar que há países - por exemplo, Índia - que o trânsito é um dos piores do mundo. Concordo, mas não deve ser uma justificativa para a indolência que é muitíssimo comum nos dias atuais.
Como dizia Einstein: “a pior crise é a crise da incompetência”
Punir um segmento sem analisar o todo é cair na mesmice do erro. Há donos de autoescolas que querem trabalhar respeitando a lei, mas há uma maioria esmagadora que querem continuar a burlar a lei. Essa maioria ganha forças com a colaboração “normal” de pessoas que querem conseguir a habilitação pelo jeito “fácil” – corrupção.
O novo código de trânsito (CTB) se depara com uma cultura forjada pela mentalidade de décadas passadas, antes de 1997, criação do novo código de trânsito, onde se conseguia habilitação sem ir às autoescolas. Era comum a pessoa telefonar para uma autoescola e perguntar o preço da habilitação. Combinado entre ambas as partes o futuro condutor ia à autoescola para entregar a quantia paga e levar a habilitação.
Nos postos dos DETRANs os despachantes ajudavam os donos de autoescolas a venderem habilitação, afinal os donos de autoescolas não trabalhavam dentro dos DETRANs.
Como eu disse, fui instrutor de trânsito durante oito anos e escutava muita coisa. Os pais levavam os filhos e queriam que a autoescola desse jeito de o filho ter a habilitação sem frequentar as aulas. Outros me pediam noções de como burlar a lei de forma a livrar o filho de multa gravíssima por avanço de semáforo vermelho para não perder a habilitação.
Imagine a tarefa árdua, dos instrutores teóricos, de ensinar novos conceitos comportamentais aos jovens de dezoito anos que já “possuem” relativamente uma mentalidade forjada por conceitos consanguíneos. Pior é se deparar com a realidade do Brasil: corrupção generalizada e mentalidade de “jeitinho brasileiro”.
Como se vê a geração antiga forma e instrui a nova geração com mentalidades de desrespeito as leis do país. Falam que a nova geração mudará o país, mas é um sofisma. A nova geração só mudará, terá conduta ilibada, caso a antiga geração lutar pela qualidade de vida daquelas. Enquanto existir a “normalidade” da corrupção e seus educadores não se verá uma modificação. Como dito, repito, a questão é cultural. A sociedade consciente e honesta, junto com políticos também ilibados deve agir o quanto antes para desenraizar de vez a Lei de Gerson – leve vantagem em tudo - em nosso país. Só assim as mortes no trânsito diminuirão e a corrupção em geral.
Ah! O policial é corrupto ao aceitar propina por parte do condutor infrator? E o que dizer desse condutor? Corrupção tem dois lados: a passiva e ativa.
Quando um brasileiro tem a felicidade de viajar para outro país fica estarrecido com as aplicabilidades das leis. Não importa o quanto de dinheiro tem ou qual graduação possua a pessoa porque todos são iguais perante a lei. Bem diferente do Brasil: quem tem dinheiro e conhecimento se destaca das leis, ou seja, faz as próprias leis.
A mudança de mentalidade cultura – acabar com a Lei de Gerson - é profilaxia as mazelas da corrupção brasileira. Faça uma pesquisa com quem já viajou para fora do Brasil e pergunte como são as leis, as aplicações delas. Mas, claro, de países estruturados politicamente.
Lembro-me de uma reportagem contando sobre o rigorismo das leis de trânsito em outros países e a aplicação na vida real. Irei citar dois exemplos.
Um rapaz transitava pelo acostamento devido ao engarrafamento. Logo à frente havia um veículo policial estacionado. Este perseguiu e parou o condutor. Levou-o até o início da fila e multou-o.
Um pedestre andava na rua deserta. Um policial chamou a atenção e pediu para o pedestre retornar para a calçada.
Alguns poderão argumentar que há países - por exemplo, Índia - que o trânsito é um dos piores do mundo. Concordo, mas não deve ser uma justificativa para a indolência que é muitíssimo comum nos dias atuais.
Como dizia Einstein: “a pior crise é a crise da incompetência”
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NOTÍCIAS
Obrigado por disponibilizar meu texto aqui. irei adicionar seu link em meu blog Trânsito Escola
ResponderExcluirMuito bom o argumento apresentado. Fico muito feliz ao ver que ainda há a pessoas conscientes dos reais problemas de nossa sociedade. Parabéns
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