O Brasil começará a produzir o natalizumabe, indicado para pacientes com forma remitente-recorrente de alta atividade da esclerose múltipla, que corresponde a cerca de 85% dos casos e não responderam a outros tratamentos. A produção nacional será possível graças a um acordo de transferência de tecnologia entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Sandoz, permitindo que o Butantan domine todo o processo produtivo, do insumo farmacêutico ativo (IFA) à formulação final.
O SUS oferta o medicamento desde 2020, mas atualmente apenas uma empresa possui registro na Anvisa. Com a parceria, o Ministério da Saúde amplia a concorrência, fortalece o acesso universal e reduz vulnerabilidades no fornecimento.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, atingindo cerca de 2,8 milhões de pessoas no mundo e 40 mil no Brasil, principalmente adultos jovens entre 18 e 55 anos.
Desde 2023, o Governo Federal tem adotado medidas para fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, com objetivo de produzir até 70% das necessidades do SUS em medicamentos, equipamentos e vacinas nos próximos dez anos. O investimento estimado é de R$ 57,4 bilhões, envolvendo setores público e privado em inovação, transferência tecnológica e infraestrutura.
Os anúncios foram feitos durante a posse de três novos diretores da Anvisa: Leandro Pinheiro Safatle, Daniela Marreco Cerqueira e Thiago Lopes Cardoso Campos.