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| Foto: Reuters |
Polícia Civil divulga perfis de mortos na Operação Contenção do Rio de Janeiro
O Governo do Estado do Rio de Janeiro divulgou, neste domingo (2), os perfis de 115 das 117 pessoas que morreram durante a Operação Contenção, realizada na terça-feira (28/10). A lista não inclui os quatro policiais mortos na ação. Segundo a Polícia Civil, a operação foi um dos maiores esforços recentes de combate ao crime organizado no estado.
De acordo com os relatórios oficiais, mais de 95% dos mortos tinham ligação com o Comando Vermelho (CV), sendo que 54% eram naturais de outros estados. Entre eles, 59 tinham mandados de prisão pendentes e 97 possuíam histórico criminal relevante. Dos 17 sem registros criminais, 12 apresentavam indícios de envolvimento com o tráfico nas redes sociais.
A distribuição geográfica dos mortos mostra a atuação interestadual do CV: 19 eram do Pará, 12 da Bahia, 9 do Amazonas, 4 do Ceará, 2 da Paraíba, 1 do Maranhão, 9 de Goiás, 3 do Espírito Santo, 1 de São Paulo, 1 do Mato Grosso e 1 do Distrito Federal. A lista indica ainda a presença de líderes de organizações criminosas de 11 estados, abrangendo quatro das cinco regiões do país.
O governador Cláudio Castro ressaltou que a operação representa um “duro golpe à criminalidade” e destacou a importância de ações integradas para conter a expansão do CV. “Entre os mortos estavam líderes criminosos de outros estados. Conter essa rede exige coordenação entre diferentes esferas do poder público e ações estratégicas unificadas”, afirmou.
O secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou que a divulgação da lista não encerra o trabalho de investigação. “Todos os resultados estão sendo documentados para garantir transparência e legalidade. Os relatórios serão entregues aos órgãos competentes”, disse.
O secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, explicou que os confrontos ocorreram com criminosos que reagiram à ação policial. “Priorizamos levar os bandidos para áreas de mata, fora de regiões habitadas, garantindo a segurança da população. Foi nesse local que ocorreram os maiores embates”, afirmou.
Segundo a Polícia Civil, mesmo os poucos mortos sem registros criminais ou provas de ligação com facções eram considerados narcoterroristas. “Se não tivessem reagido, teriam sido presos em flagrante por porte de armas, explosivos e tentativa de homicídio contra agentes de segurança”, explicou Curi.
A Operação Contenção reafirma o desafio do Rio de Janeiro em enfrentar organizações criminosas complexas e com atuação interestadual, evidenciando a necessidade de estratégias coordenadas e ações contínuas de inteligência.
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