Desconstruindo um mito
Durante séculos a predominância masculina sobre o sexo feminino foi brutal e cavou um imenso buraco cultural entre homens e mulheres. Não importa a cultura ou religião, o papel da mulher nas mais variadas sociedades espalhadas pelo planeta, em diversas etapas da história, sempre foi de submissão e respeito à imagem do homem como provedor, caçador e elemento alfa na relação social. À mulher foi relegado um segundo plano, quase indiscriminado, de dona da casa e tutora da prole. Com o avanço da civilização, principalmente no Ocidente, a mulher conquistou aos poucos sua independência social em relação ao homem e, o que observamos hoje é um sexo não tão frágil o quanto parece, mas com características latentes que traçam sua própria personalidade. Enquanto o perfil da personalidade masculina denota traços de imposição, agressividade e poder, a mulher transparece traços sutis de afeto e autocontrole.
Uma das grandes conquistas da mulher foi, sem dúvida, o direito de dirigir um veículo automotor. As mulheres aos poucos conquistaram seu espaço no trânsito, inclusive podendo ser observadas em nichos de mercado antes dominados pelo homem, como motoristas de ônibus e até caminhões. Apesar do crescente número de mulheres dirigindo veículos, o trânsito ainda apresenta uma predominância masculina. E em virtude disto, o sexo fraco ainda sofre com estereótipos e toda gama de preconceitos dos condutores homens.
A eterna rivalidade homem x mulher está presente nas piadas postadas na internet
Imagine a seguinte cena: você em um táxi, o taxista homem é surpreendido por uma mulher, em outro veículo, que acabara de realizar uma manobra perigosa, como por exemplo, uma ultrapassagem, quase causando um acidente. O taxista esbraveja, vira-se para você e diz – Só podia ser mulher! O que você responde? Seguramente não dará uma lição de moral no taxista ou discursará sobre as diferenças entre homens e mulheres na direção.Possivelmente esboçará um leve sorriso de concordância, traduzindo ali seu sutil preconceito, fruto da cultura de dominância masculina ainda presente nos dias atuais.
As mulheres conquistam seu espaço no mercado de trabalho restrito aos homens
Este tipo de preconceito ainda está intrínseco na sociedade e leva a inúmeras mulheres, muitas delas bem sucedidas profissionalmente, a terem insegurança ao dirigirem. Esta insegurança aumenta quando são alvo de piadas ou chacotas dentro da própria família sobre a imperícia para conduzir um automóvel. Para desconstruirmos este estereótipo devemos antes mergulhar no universo das personalidades feminina e masculina. Os traços que caracterizam cada sexo são evidentes e marcam a forma de cada um ao dirigir um veículo. Enquanto o homem apresenta personalidade com traços de agressividade, dominância, poder e intolerância, a mulher apresenta segurança, cautela e paciência.
Estes traços são marcantes no trânsito brasileiro, sendo traduzidos no elevado número de sinistros em que o homem foi o causador. Segundo estatísticas oficiais, proporcionalmente mais homens se envolvem em acidentes do que as mulheres. Logicamente encontraremos exceções a regra, como mulheres mais confiantes e imprudentes, mas são casos raros, como se comparados no sentido inverso, de homens prudentes e cautelosos. O universo masculino foi sempre de competição e busca pelo poder, e este traço também está presente em ruas estradas sendo um fator preponderante na geração de sinistros de trânsito.
as mulheres estão presentes até nas empresas de transporte coletivo
À mulher, sua sutileza ao dirigir, mesmo que para muitos homens apressados represente um grave defeito, lhe dá o título de condutora exemplar. Em contraponto, pesa em desfavor à mulher sua baixa percepção espacial, principalmente em se tratando de manobras de estacionamento, mas isso não é motivo para desconsiderarmos a impressionante capacidade de controle em condições adversas, sempre respeitando seus limites e os limites impostos pelo clima, veículo ou via. Podemos verificar este quadro, de forma mais concreta, através dos valores das apólices de seguro de automóveis. As apólices, para as mulheres, chegam a ser 20% mais baratos que em relação aos homens. Para as corretoras de seguro, além de se envolverem em acidentes com menor frequência, a gravidade das colisões provocadas por mulheres é muito menor do que as provocadas por homens. Profissionais do setor de seguros consideram que a mulher é mais controlada, menos impulsiva e menos agressiva que o homem, se preocupando mais com as regras de trânsito, o que contribui para que o seu envolvimento em acidentes seja menor. A eterna guerra dos sexos ganhou um capítulo à parte em favor das mulheres. Em matéria de direção, o sexo feminino dá uma aula de educação e respeito no trânsito. Cabe aos homens a sensatez em aceitar que em matéria de trânsito, as mulheres mostram sua força e conquistam cada vez mais espaço. Com sutileza, elegância e feminilidade.
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