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Amostras em laboratório.. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN |
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram um material capaz de remover poluentes orgânicos da água, como petróleo e corantes, a partir da lignina extraída do sabugo de milho. O estudo, liderado por Alcides de Oliveira Wanderley Neto e realizado em parceria com Dennys Correia da Silva, Carlos Eduardo de Araújo Padilha, Elano Costa Silva e Karen Biatriz Lima de Góis, apresenta uma solução de baixo custo e sustentável para o tratamento de efluentes industriais e domésticos.
A lignina, um dos principais componentes das paredes celulares das plantas, foi modificada com cloreto de colina e peróxido de hidrogênio, resultando em um composto poroso com maior área superficial e afinidade com contaminantes. Segundo os autores, o material superou o desempenho de adsorventes convencionais, como o carvão ativado, na remoção de poluentes.
O produto foi encapsulado em esferas de alginato de sódio, formando um sistema poroso reutilizável. Os testes laboratoriais demonstraram eficiência na retenção de resíduos orgânicos e viabilidade para aplicação em larga escala. O grupo avalia o uso do material em indústrias têxteis, cosméticas, alimentícias e petrolíferas, além de ambientes domésticos, laboratórios, hospitais e áreas afetadas por acidentes ambientais.
De acordo com os pesquisadores, o material é biodegradável, de origem renovável e pode ser adaptado para diferentes tipos de poluentes. A equipe trabalha atualmente na validação em escala piloto e em estudos para ampliar o espectro de aplicação, incluindo contaminantes emergentes, como pesticidas e medicamentos.
A tecnologia está em processo de patenteamento e representa um avanço na valorização de resíduos agroindustriais, com potencial para fortalecer práticas de economia circular e políticas ambientais.
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