Dívida média no Estado é a maior do Nordeste, alcançando R$ 23,3 mil por empresa, segundo levantamento
O Rio Grande do Norte registrou aumento no número de empresas inadimplentes em agosto de 2025, de acordo com dados divulgados pela Serasa Experian. O levantamento aponta que o Estado chegou a 87.484 empresas inadimplentes, um crescimento de 1,4% em relação a julho, quando o número era de 86.206.
O estudo revela ainda que a dívida média das empresas potiguares é de R$ 23,3 mil, o maior valor entre os estados do Nordeste. Na região, foram identificadas mais de 1,1 milhão de empresas inadimplentes, com destaque para a Bahia (353.652), seguida por Pernambuco (221.433) e Ceará (191.488). Já Alagoas apresentou a maior taxa de inadimplência proporcional do país, enquanto Sergipe e Piauí tiveram os menores volumes.
Para o advogado Cláudio Medeiros, especialista em Direito Empresarial, o cenário de endividamento revela o impacto do custo financeiro e das dificuldades de fluxo de caixa enfrentadas pelos pequenos e médios negócios.
“O aumento da inadimplência empresarial indica que muitos empreendedores ainda estão com dificuldades para equilibrar receitas e despesas, especialmente em setores que dependem de crédito para manter as operações. Essa pressão financeira acaba comprometendo investimentos e reduzindo a capacidade de crescimento das empresas”, analisa Cláudio Medeiros.
O especialista destaca que, apesar de o número de empresas inadimplentes no RN representar um percentual modesto no contexto nacional, o valor médio das dívidas chama a atenção. “O dado mais preocupante é o valor médio da dívida, que é o mais alto do Nordeste. Isso demonstra que, embora o número de empresas inadimplentes não seja o maior, os débitos assumidos por cada empresa são mais pesados. Esse é um sinal claro da necessidade de políticas de reestruturação e renegociação voltadas especialmente para micro e pequenas empresas”, acrescenta.
No cenário nacional, o levantamento do Serasa Experian mostrou que o Brasil passou de 8 milhões para 8,1 milhões de empresas inadimplentes em agosto. Para Cláudio Medeiros, o momento exige atenção das instituições financeiras e do poder público. “É fundamental que haja diálogo entre o setor produtivo, instituições de crédito e governo para viabilizar linhas de financiamento sustentáveis. A inadimplência empresarial não é apenas um problema financeiro, mas também um desafio de competitividade e geração de empregos”, conclui.
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